Para encobrir sua face cruel, os governos militares gastavam milhões de cruzeiros em propaganda demagógica destinada a melhorar sua imagem junto à população, divulgando slogans, tais como "Brasil - ame-o ou deixe-o" que, na prática, significava "apóie o regime militar ou abandone o país".

O tricampeonato mundial de futebol, conquistado pelo Brasil em 1970, no México, foi exaustivamente explorado pelo sistema de propaganda do governo, para a criação de um clima de euforia e ufanismo. A exploração deste clima procurava mascarar a repressão, a censura e a tortura, praticados pelo governo Médici.

Neste período não existiram movimentos de contestação ao regime militar, pois as associações de bairros, os grupos de jovens, os clubes de mães, os círculos bíblicos, o Movimento do Custo de Vida e os metalúrgicos do ABC paulista só puderam expressar sua insatisfação com a abertura, criada pela Nova República.

As músicas Eu Te Amo, Meu BrasileVocê Também É Responsável (exaltando o MOBRAL) da dupla Don e Ravel, contribuíam para o clima nacionalista-ufanista da época.

A imprensa alternativa, representada pelos jornais Pasquim, Opinião e Movimento, constituiu importante espaço de crítica à ditadura militar e de defesa das liberdades democráticas.