A poesia de um B.O.
Não é de hoje que a Justiça apela para a literatura para arejar o discurso formal de seus documentos e protocolos, geralmente sisudos e eivados de linguagem técnica. Se juízes e advogados já praticaram a linguagem literária em horário de trabalho, agora foi a vez da polícia mineira arriscar nas rimas.
Na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, um policial se valeu de versos para contar a história de um pai que tentava tirar o filho do mundo do crime. O registro tratava da devolução de uma arma irregular, que foi descoberta pelo pai na casa do rapaz. Com medo de que o jovem fosse preso, o pai ligou para a polícia para indicar onde deixaria a arma. O policial assim descreveu a devolução: “Recolhemos a tal arma sem força ou resistência / O velho cumpriu o trato / Sem gastar uma insistência; / O velho nunca mais vi / Deve estar por aí”.
Segundo a assessoria de imprensa da PM mineira, o militar, que não teve o nome divulgado, desrespeitou a técnica de redação dos documentos militares, o que poderá lhe render uma punição.
Adaptado de: Revista Metáfora. Fevereiro de 2013, número 16, página 09.
No que diz respeito à acentuação, assinale o que for correto.
I. Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas, embora nem toda palavra acentuada seja necessariamente proparoxítona.
II. Os vocábulos "resistência" e "insistência" classificam-se como palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
III. Quanto à posição da sílaba tônica, os vocábulos "literatura", "juízes" e "assessoria" classificam-se como palavras paroxítonas.
IV. Os vocábulos "rapaz", "policial" e "poderá" são oxítonas, mas só a última palavra é acentuada graficamente, pois é uma oxítona terminada em "a".